sábado, 23 de março de 2013

Solidão


Isolamento, profunda sensação de vazio; é sentimento de tristeza, mas uma tristeza, muitas vezes, conformada. Falta de esperança, melancolia, depressão. Como é intenso o sentimento de solidão. Estar só no mundo, por conta própria. Me arrisco a dizer que a solidão é uma das piores sensações que existem, e que só mesmo passando por essa experiência, é possível captar realmente o significado do que isso quer dizer.

É complicado chegar em casa e não ter com quem conversar, ter problemas e não ter ninguém para desabafar. Estar doente, e não ter alguém para cuidar de você, para ferver um leite quente, fazer uma sopinha. Chorar sozinho, quando dá vontade, choro sincero, pois não tenta chamar a atenção de ninguém, apenas expressar um sentimento guardado, que precisa ser posto para fora. Cuidar de si mesmo, pois não existe outra opção!

Mas como tudo na vida, a solidão tem um lado bom. Quando a pessoa fica só, está totalmente em contato consigo mesma, é impossível fugir disso. Reflexões e mais reflexões, autoconhecimento, busca interior, amadurecimento. Pensa-se nas coisas certas que já foram feitas na vida, e nas coisas erradas. O incrível é que se pensado a fundo, pode-se entender a razão de vivenciar esta solidão, e que aprendizado você está tendo.

Solidão é somente estar sem a presença de outras pessoas? Não necessariamente, existem muitos casos de pessoas que se sentem sós, mesmo estando em meio à multidão, mesmo cercadas de pessoas. Estar só não depende de estar acompanhado, depende de ter uma sintonia, uma ligação, um elo que una realmente as pessoas. Muitas vezes, existem pessoas vivendo sós, e não sentindo a solidão; muitas vezes, o contrário, viver acompanhado, se sentindo tão só.

Se você nunca viveu a solidão, não te aconselho a desejar passar por isso. Se tiver a oportunidade de passar por essa experiência, aproveite para tirar os bons proveitos que a situação pode te fornecer. Mas muito cuidado ao experimentar, pois estar completamente só, mexe com a cabeça de qualquer pessoa, por mais equilibrada e bem resolvida que ela seja!

Mas se pensarmos a fundo, nunca estamos completamente sós...

terça-feira, 12 de março de 2013

50 tons de cinza


Um dos livros mais lidos no mundo atualmente, "50 tons de cinza" está presente em quase todas as casas brasileiras, em destaque nas melhores livrarias, muitos fãs idolatrando a obra de E.L.James. Tudo isso me chamou a atenção, então eu resolvi procurar saber que raio de história era essa. E o que posso compartilhar com vocês, meus fiéis leitores, é que fiquei muito surpreso e confuso. Com toda sinceridade, é um dos assuntos em que eu abro o tema, e não sei se consigo fechar no fim deste texto, só consigo refletir a respeito.

A primeira surpresa foi que o livro era erótico, o que já me espantou um pouco. Resumidamente, o livro conta a história de Anastasia Steele, uma moça de 21 anos, ingênua, que tinha pouca experiência em relacionamentos, uma jovem ainda virgem. Certo dia, Anastasia conhece um rapaz chamado Christian Grey (que explica o nome do livro, visto que Grey significa Cinza, em inglês), um jovem empresário, bem sucedido, rico, boa aparência. Logo, Anastasia que não se achava uma mulher muito atraente, se interessa por esse rapaz, que demonstra interesse mútuo. Conforme ela vai conhecendo Christian, percebe que por trás do jeito educado e sedutor, ele tem um lado obscuro. O fato é ele propõe a ela um acordo de submissão, onde ela assinando, poderia ter uma boa vida ao lado dele, desde que em troca, fizesse favores sexuais à ele, em outras palavras, fazendo tudo que ele quisesse, inclusive coisas como sadomasoquismo. Ela acaba aceitando, e por incrível que pareça, se apaixona por esse rapaz, que nas relações sexuais tinha um comportamento totalmente estúpido, desrespeitoso e ao meu ver, a humilhava de várias formas, entre elas espancando essa moça. Enfim, a história se baseia mais ou menos nisso.

O que me chama a atenção é a adoração pelo livro, que inclusive vai virar filme. Mais surpreso fiquei quando vi um público adolescente feminino, que há pouco tempo, sonhava com príncipes e heróis, românticas, querendo encontrar um Christian Grey em sua vida, querendo estar no lugar de Anastasia. Não é o fato de ser um livro erótico que me deixa confuso, é o fato de essa história atingir esse público de forma avassaladora, com tamanha aceitação. Como é possível admirar um personagem, que no momento da primeira vez de Anastasia, ele diz: "eu gosto de morenas"?

Sinceramente, que me perdoem os admiradores da trilogia, mas eu não entendo e não consigo ver o lado bom que "existe" nesse livro; ou os valores estão muito invertidos, ou eu não captei a mensagem passada pela autora. Cada um tem suas escolhas e suas preferências, principalmente na intimidade. Mas o que acontece nesse livro, a mim, me parece até doentio. Alguma identificação com a personagem Anastasia, pensamento semelhante ao dela em algum momento na vida, até pode acontecer. Mas tornar Christian Grey um herói, não consigo entender e nem mesmo explicar.

Se entendi e refleti errado, alguém me explica o ponto que não consigo ver?